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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Seropédica contra a dengue



Clima quente e água parada. Combinação típica de todo verão tropical é considerada a principal responsável pelo aumento de casos de dengue em todo o estado. E para prevenir uma possível epidemia na região os municípios de Seropédica e Rio de Janeiro se uniram no Bairro do Canto do Rio, que marca a divisa dos municípios, o secretário municipal de Saúde Alexandre Passos, afirmou que a dengue não tem limite e não respeita fronteira. Nós não vamos discutir política partidária, e sim, política de saúde. “Pela primeira vez vamos juntar os municípios que fazem divisa para lutar de forma conjunta contra a dengue”, ressaltou Alexandre Passos.

A união entre os municípios foi realizada nesta terça-feira (13) com ações que abrangeram os Bairros Canto do Rio e Jesuítas, pertencentes respectivamente aos municípios de Seropédica e Rio de Janeiro. A ação mobilizou mais de 300, entre agentes da Vigilância em Saúde dos dois municípios e visitou cerca de 1500 prédios. “Hoje estamos fazendo serviço de conscientização com distribuição de explicativos sobre a dengue e tirando todas as dúvidas da população. Se cada um fizer a sua parte venceremos essa batalha. E se a população não participar só o poder público não consegue deter o mosquito que está nas residências”, declarou o secretário.


Ainda segundo o secretário, o município não registrou nenhum caso nos últimos meses. “Mas isso não quer dizer nada. O comportamento dos casos do mosquito esse ano que vai entrar nesse verão é totalmente imprevisível, uma vez que entrou o vírus tipo 4. Hoje estamos atuando em três bairros considerados de risco que são o Fazenda Caxias, Boa Esperança e Campo Lindo”, informou.

Alexandre Passos disse que o prefeito Martinazzo fez um decreto possibilitando a entrada dos agentes da Vigilância em Saúde nas residências que estão fechadas. E que o índice de casas fechadas no município é muito grande devido à grande parte de moradores trabalharem no município do Rio e também devido às repúblicas de estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pois durante o dia os estudantes vão para a Rural e geralmente nos finais de semana voltam para suas residências em outras cidades. “Com este decreto, a partir desta semana estaremos notificando os moradores destas casas para posteriormente entrarmos mesmo que os proprietários não estejam presentes” contou.

Marcos Tupinambá, gerente técnico de Trabalho da Coordenação de Endemias destacou a necessidade de divulgar o número do disque dengue (2682-8628) para que os moradores possam fazer denuncias de focos do mosquito Aedes Aegypt. “Caso o morador queira fazer uma denuncia sobre focos de dengue em residências vizinhas ele deverá ligar para o disque dengue para que os agentes de saúde visitem o local realizem os trabalhos preventivos e aplicação de inseticidas caso seja necessário”, disse o gerente técnico.
De acordo com secretário, o município realizou capacitação dos enfermeiros e agentes de saúde para promover o melhor atendimento à pacientes com caso de suspeita de dengue.

O diretor de Saúde Coletiva, Wagner Teixeira, disse que apesar de Seropédica não constar no ranking de municípios da Região Metropolitana de casos da dengue, vem atuando no combate e prevenção da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, principalmente com ações preventivas realizadas durante todo ano nos bairros.

De acordo com o diretor, o combate à dengue no município envolve ainda várias secretarias, como Educação, com um trabalho voltado às crianças e jovens, e Obras, com o monitoramento das obras em execução para que não tenham focos do mosquito.


Vizinho perigoso

Seropédica tem como um dos seus vizinhos o município do Rio, mas precisamente o bairro de Santa Cruz, onde a incidência de casos da doença é bem grande. O Rio, que poderá ter maior surto de dengue de toda a sua história, no próximo verão, segundo o prefeito Eduardo Paes, já registrou 20.640 casos.

Segundo especialistas, o vírus tipo 4 pode causar tanto casos assintomáticos (sem sintomas) quanto ocorrências fatais. E como o Aedes é encontrado em todo o país, o risco de uma nova epidemia pode ser considerável. Além disso, o vírus tipo 1, responsável por uma epidemia em 1986, está de volta, produzindo novas linhagens, de potencial mais agressivo. Quem nasceu após 1986, não desenvolveu qualquer defesa ao tipo 1. O sorotipo foi responsável por mais de um milhão de casos notificados no Rio em 2010, além de outros 159 mil de janeiro a setembro deste ano.

- Existem quatro tipos de vírus da dengue e qualquer um pode causar formas graves da doença. Alguns estudos mostram que o fato de uma pessoa ter dengue pela segunda ou terceira eleva as chances de se desenvolver a forma grave – alerta o supervisor dos Agentes de Saúde do município do Rio de Janeiro, Daniel Inácio da Silva.


Dez minutos que salvam

Para tentar evitar uma epidemia no estado do Rio, a Secretaria estadual de Saúde criou a campanha “10 minutos contra a dengue”, que estimula moradores a gastar 10 minutos de seu dia no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, em suas próprias casas. A campanha ganhou um reforço com a criação de uma caravana, na qual profissionais da saúde vão percorrer os 92 municípios do estado e discutir com as prefeituras as diversas formas de combater a doença.

De acordo com a secretaria, o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. A iniciativa foi inspirada em uma das estratégias adotadas pelo governo de Cingapura para controlar o mosquito, conseguindo interromper a epidemia que o país enfrentava entre 2004 e 2005.


Como prevenir:

1. Manter a caixa d’água totalmente vedada e virar os baldes com a boca para baixo.
2. Remover folhas, galhos e tudo que possa acumular água nas calhas.
3. Galões, tonéis, poços, tambores e barris de água para consumo devem ser totalmente vedados.
4. Guardar os pneus sem água e em lugares cobertos. Garrafas devem estar vazias e sempre com a boca para baixo.
5. Manter ralos limpos e com uma tela para não formar criadouros.
6. Verificar se as bandejas de ar-condicionado estão limpos e sem acúmulo de água. Bandejas de geladeira também podem se tornar criadouros para o mosquito.
7. Encher e verificar semanalmente vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual.
8. Esticar bem as lonas usadas para cobrir objetos ou entulho para não formar poças d’água.
9. Limpar e tratar piscinas e fontes com produtos químicos específicos.
10. Plantas como bambu, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge e outras semelhantes também podem acumular água.

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