Clima quente e água parada. Combinação típica de todo verão tropical é considerada a principal responsável pelo aumento de casos de dengue em todo o estado. E para prevenir uma possível epidemia na região os municípios de Seropédica e Rio de Janeiro se uniram no Bairro do Canto do Rio, que marca a divisa dos municípios, o secretário municipal de Saúde Alexandre Passos, afirmou que a dengue não tem limite e não respeita fronteira. Nós não vamos discutir política partidária, e sim, política de saúde. “Pela primeira vez vamos juntar os municípios que fazem divisa para lutar de forma conjunta contra a dengue”, ressaltou Alexandre Passos.

A união entre os municípios foi realizada nesta terça-feira (13) com ações que abrangeram os Bairros Canto do Rio e Jesuítas, pertencentes respectivamente aos municípios de Seropédica e Rio de Janeiro. A ação mobilizou mais de 300, entre agentes da Vigilância em Saúde dos dois municípios e visitou cerca de 1500 prédios. “Hoje estamos fazendo serviço de conscientização com distribuição de explicativos sobre a dengue e tirando todas as dúvidas da população. Se cada um fizer a sua parte venceremos essa batalha. E se a população não participar só o poder público não consegue deter o mosquito que está nas residências”, declarou o secretário.
Alexandre Passos disse que o prefeito Martinazzo fez um decreto possibilitando a entrada dos agentes da Vigilância em Saúde nas residências que estão fechadas. E que o índice de casas fechadas no município é muito grande devido à grande parte de moradores trabalharem no município do Rio e também devido às repúblicas de estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pois durante o dia os estudantes vão para a Rural e geralmente nos finais de semana voltam para suas residências em outras cidades. “Com este decreto, a partir desta semana estaremos notificando os moradores destas casas para posteriormente entrarmos mesmo que os proprietários não estejam presentes” contou.
De acordo com secretário, o município realizou capacitação dos enfermeiros e agentes de saúde para promover o melhor atendimento à pacientes com caso de suspeita de dengue.
O diretor de Saúde Coletiva, Wagner Teixeira, disse que apesar de Seropédica não constar no ranking de municípios da Região Metropolitana de casos da dengue, vem atuando no combate e prevenção da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, principalmente com ações preventivas realizadas durante todo ano nos bairros.
De acordo com o diretor, o combate à dengue no município envolve ainda várias secretarias, como Educação, com um trabalho voltado às crianças e jovens, e Obras, com o monitoramento das obras em execução para que não tenham focos do mosquito.
Vizinho perigoso
Seropédica tem como um dos seus vizinhos o município do Rio, mas precisamente o bairro de Santa Cruz, onde a incidência de casos da doença é bem grande. O Rio, que poderá ter maior surto de dengue de toda a sua história, no próximo verão, segundo o prefeito Eduardo Paes, já registrou 20.640 casos.
- Existem quatro tipos de vírus da dengue e qualquer um pode causar formas graves da doença. Alguns estudos mostram que o fato de uma pessoa ter dengue pela segunda ou terceira eleva as chances de se desenvolver a forma grave – alerta o supervisor dos Agentes de Saúde do município do Rio de Janeiro, Daniel Inácio da Silva.
Dez minutos que salvam
Para tentar evitar uma epidemia no estado do Rio, a Secretaria estadual de Saúde criou a campanha “10 minutos contra a dengue”, que estimula moradores a gastar 10 minutos de seu dia no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, em suas próprias casas. A campanha ganhou um reforço com a criação de uma caravana, na qual profissionais da saúde vão percorrer os 92 municípios do estado e discutir com as prefeituras as diversas formas de combater a doença.
De acordo com a secretaria, o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. A iniciativa foi inspirada em uma das estratégias adotadas pelo governo de Cingapura para controlar o mosquito, conseguindo interromper a epidemia que o país enfrentava entre 2004 e 2005.
Como prevenir:
1. Manter a caixa d’água totalmente vedada e virar os baldes com a boca para baixo.
2. Remover folhas, galhos e tudo que possa acumular água nas calhas.
3. Galões, tonéis, poços, tambores e barris de água para consumo devem ser totalmente vedados.
4. Guardar os pneus sem água e em lugares cobertos. Garrafas devem estar vazias e sempre com a boca para baixo.
5. Manter ralos limpos e com uma tela para não formar criadouros.
6. Verificar se as bandejas de ar-condicionado estão limpos e sem acúmulo de água. Bandejas de geladeira também podem se tornar criadouros para o mosquito.
7. Encher e verificar semanalmente vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual.
8. Esticar bem as lonas usadas para cobrir objetos ou entulho para não formar poças d’água.
9. Limpar e tratar piscinas e fontes com produtos químicos específicos.
10. Plantas como bambu, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge e outras semelhantes também podem acumular água.
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